quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

ARTIGO ESCRITO PARA A REVISTA DO CAMINHO - LUDICIDADE: APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA NAS TURMAS DE AEE

A declaração de Salamanca (Espanha, 1994), nos pressupõe que “toda criança tem direito à educação fundamental, e a ela deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível de aprendizagem”. Para tanto, a escola como espaço universal de ensino, deve promover o acesso a todos os alunos para que desenvolvam plenamente suas habilidades cognitivas, físicas, morais, emocionais e culturais. A política de inclusão dos alunos que tem necessidades educativas especiais, segundo a LDBN 9394/96, consolida e apontam diretrizes que assegurarão aos mesmos, currículos, técnicas, recursos educativos e organização especifica para atendê-los em suas necessidades educacionais. Buscando assegurar esse direito, procuro nas minhas turmas de AEE, desenvolver uma práxis pedagógica voltada para a efetivação da garantia do direito à educação. Pois sendo nós professores, mediadores pedagógicos e responsáveis pelas atividades que desencadeiam o processo ensino/aprendizagem devemos fazê-las de forma significativa e prazerosa, para que nossos alunos sintam-se participantes desse processo e não menos receptores de conhecimentos. Para Mara Siaulys, (SEESP/MEC, 2006,pág.10) a brincadeira é a vida da criança e uma forma gostosa para ela movimentar-se e ser independente. Brincando, a criança desenvolve os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos e o corpo, reconhece objetos, e suas características, textura, forma, tamanho, cor e som. Brincando, a criança entra em contato com o ambiente, relaciona-se com o outro, desenvolve o físico, a mente, a auto-estima, a afetividade, torna-se ativa e curiosa. A ludicidade no processo de ensino/aprendizagem é muito importante e o uso dos jogos nos atendimentos do AEE contribui para que os conteúdos trabalhados ganhem mais significados e com isso a criança é subsidiada com os elementos presentes no jogo a apropriar-se dos conhecimentos embutidos nos mesmos. Mas devemos ter o cuidado na escolha dos jogos, para que eles realmente atendam aos objetivos a serem alcançados e não se restrinjam somente ao jogo pelo jogo. Eles devem ser atraentes, coloridos, desafiadores e adequados ao nível do grupo, pois somente assim levarão os alunos a adquirirem conceitos, a conduzirem o pensamento para ações mentais mais complexos. Sabemos que quanto mais estímulos as crianças com necessidades educacionais especiais receberem, mais elas terão condições de se desenvolverem e superarem suas limitações intelectuais e biológicas. Toda criança tem capacidade de aprender, mas todas tem seu tempo, possibilidades e ritmos próprios. Ao se fazer a escolha dos jogos a serem trabalhados, também devemos levar em conta, o nível cognitivo dos alunos que serão atendidos no grupo, e responder a três questões importantes: “para quem”, “por que” e “para quê”, para que realmente atinjamos os objetivos propostos e nossos alunos possam aprender de fato. Os jogos possibilitam a compreensão prática que por conseqüência permitem que as crianças obtenham êxito nas atividades habituais. Devemos aproveitar esse momento para transformar essa compreensão prática, ou seja, substituí-la por uma compreensão ao nível de pensamento. A atividade de jogo deve ser composta por três momentos: o antes, o durante e o depois de cada atividade lúdica. Devemos preparar o ambiente, para que a criança sinta interesse em desenvolver a atividade, esse é o momento da sensibilização, da motivação. Ele é muito importante, pois a criança irá responder melhor à proposta, se estiver motivada, pois durante a atividade, ela deixará de ser um agente passivo e passa a ser construtor do seu aprendizado. No segundo momento, nós professores, somos apenas mediadores que nortearão os passos a serem dados durante a atividade, fazendo intervenções sempre que necessário for. Devemos sempre criar e propor jogos que impõe desafios aos alunos. E finalmente, o 3º momento, que é o fechamento. Ele é muito importante, pois nele, avaliamos se os esperados foram alcançados e também é momento de “costurar” os mesmos com as habilidades já trabalhadas anteriormente, levando-os a perceberem que podemos aprender brincando também. Como podemos observar o trabalho lúdico ainda proporciona aos alunos um ganho secundário, que é importante também para sua vida pessoal. Eles são levados a perceberem que quanto mais motivados estiverem para resolver as adversidades que a vida impõe, mais fácil será resolvê-las e por mais difícil que seja, devemos saber ganhar e perder. Assim como os jogos nos impõe desafios, muitos desafios aparecerão ao longo de nossas vidas e que exigirão de nós soluções e nunca devemos esquecer de que somos capazes de resolvê-los. O lúdico em situações educacionais proporciona um meio real de aprendizagem. Para Mantoan, a aprendizagem como centro das atividades escolares e o sucesso de seus alunos como a meta , independentemente do nível de desempenho a que cada um seja capaz de chegar, são condições de base para que se caminhe na direção de escolas acolhedoras. O sentido desse acolhimento não é o da aceitação passiva das possibilidades de cada um, mas o de serem receptivas a todas as crianças, pois as escolas existem, para formar novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros membros, os mais privilegiados. Quando pensamos a inclusão, numa sociedade capitalista excludente, devemos vislumbrar uma mudança no papel da escola e do trabalho pedagógico, diante da diversidade daqueles alunos que necessitam de um “verdadeiro atendimento educacional especializado”. Esses alunos merecem o melhor de nós. Desse modo, devemos ser sempre criadores e pesquisadores de novas alternativas e estratégias pedagógicas, visando oferecer uma aprendizagem de qualidade a todos, independente de suas limitações. SILVA, Luciana Angélica Silva e Professora do AEE EM Prof. José Geraldo Guimarães Uberaba – MG lucianaass@bol.com.br Referências: SALAMANCA, Declaração, Disponível em: , Acesso em: 14 de outubro de 2013. EDUCAÇÃO, Direito a, Disponível em: Acesso em: 14 de outubro de 2013. BRASÍLIA, Mec/Seesp -2010.A educação especial perspectiva da inclusão escolar.

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